quinta-feira, 22 de julho de 2010

Arrumar mudança está longe de ser algo divertido. Estou passando por isso. Acabo de esvaziar as gavetas do escritório. Gavetas são menos chatas de serem arrumadas, eu acho. Gosto de gavetas. São meus baús de tesouros. As gavetas dos criados mudos do meu quarto na casa dos meus pais guardam relíquias: cartas recebidas, outras escritas e nunca enviadas, alguns papéis de bala (quem nunca guardou um?!), agendas, cartões, crachás de retiros, enfim... quando as abro, mergulho em bons momentos vividos.
As gavetas daqui de São Bô me revelaram que cresci: comprovantes, recibos, manuais, anotações importantes... O conteúdo ficou mais sério, menos colorido, nem tão divertido.
O que é interessante é como o recheio de uma pode revelar alguém. Tanto as gavetas do meu quarto na casa dos meus pais, como as gavetas de São Bô revelam a Bianca, assim como as gavetas de _______________________ (só será possível inserir o nome da localidade a partir do meio dia de amanhã)me revelarão. Cada uma carrega um pouco de mim.
Não posso esconder das gavetas o quanto sou organizada, mas com o descuido posso virar uma bagunceira de primeira; não posso esconder minhas anotações e divagações; por onde andei e o que trago desses lugares e ainda, como tenho a capacidade de guardar tantos papéis em branco na esperança de dar uso a eles algum dia, como se sempre houvesse o anseio de escrever algo de extremo valor.
Mesmo se as gavetas têm chaves, não as tranco. Não faz parte de mim me esconder.

Cada gaveta mostra um tanto de mim. Estou à caminho do dia em o conteúdo de todas elas vai estar num lugar só, assim como eu, sou uma só. Enquanto esse dia não vem, me descubro em cada lugar um pouco.

Um comentário:

Tati disse...

faz sentido!hehe
mas agora to esperando o post sobre belo horizonte! ;)
bjo guria ;*